Cada dia que se passa, uma nova
surpresa. Notícias, verdadeiras e falsas, invadem os meios de comunicação
trazendo na população dúvidas e incertezas, é a pandemia de COVID19 que se espalha pelo
mundo. Atualmente, enquanto este texto é redigido, mais de 300 mil pessoas já
faleceram oficialmente em virtude dessa
infecção viral. Todos expostos, todos vulneráveis.
A infecção tem tido efeitos não
apenas somáticos, mas também psicológicos. Nos consultórios psiquiátricos
aumenta o número de pessoas adoecidas. São síndromes ansiosas, depressão, luto
por entes queridos falecidos. Entre recaídas e casos novos, seguimos
estarrecidos com o avanço do adoecimento psíquico nos últimos meses. Parece que
após uma pandemia respiratória teremos uma pandemia psicopatológica.
O que fazer diante de tanta
incerteza? Não existe uma receita pronta. Cada um deve, sim, fazer uma
autoanálise e identificar suas fragilidades.
Conversar com familiares e amigos sobre
como anda seu comportamento no contexto da quarentena pode ser um bom
termômetro para “se perceber”.
É preciso frisar, porém, que
diante de uma situação de risco de vida, algumas coisas se tornam mais importantes.
As pessoas se tornam mais importantes do que as coisas (porque de fato são) e a
nossa cosmovisão, nossa forma de ver o mundo, pode precisar de mudanças. Pode
ser que a maneira como temos enxergado o trabalho, a família, o lazer, a
espiritualidade, a política e todas as esferas da vida necessite de uma
transformação.
Existem mágoas do passado?
Preciso perdoar alguém? Preciso pedir perdão? Posso demonstrar mais amor? Em
que posso ser útil, me doar? Buscar dar novos sentidos à vida por meio da
afetividade dada (e não apenas ficar recebendo dos outros) é uma forma de
aquecer os dias tenebrosos. Acredite se quiser, se você começar a ofertar mais
afeto, sua própria saúde mental irá agradecer.
Lembremos, ainda, que tudo vai
passar: pandemia, COVID19, as contas para pagar, os conflitos familiares, os
amores, as promoções no emprego, o pôr-do-sol. Todavia, enquanto estamos por aqui, temos que ascender, melhorar como pessoas. A despeito da desgraça
instalada, é uma grande oportunidade que se delineia à nossa frente.
Por fim, o sol nasce todos os
dias e não há nada de novo debaixo dele1. As coisas, os entes do
universo, permanecerão provavelmente os mesmos, porém dentro de nós podemos
buscar essa mudança hoje. Amar, cuidar, perdoar, refazer, mudar o curso do
nosso caminho para veredas retas, buscar a verdade, a luz, o que é reto, a bondade, o belo, o bem. Eis um bom começo. É
tempo de mudar.
REFERÊNCIAS
1 – Referência à Bíblia Sagrada (Livro de Eclesiastes).

Ótimo!
ResponderExcluirQue bom que gostou!
Excluirexcelente.
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