segunda-feira, 1 de junho de 2020

A hora de mudar: o Coronavírus e o dia de amanhã




Cada dia que se passa, uma nova surpresa. Notícias, verdadeiras e falsas, invadem os meios de comunicação trazendo na população dúvidas e incertezas,  é a pandemia de COVID19 que se espalha pelo mundo. Atualmente, enquanto este texto é redigido, mais de 300 mil pessoas já faleceram oficialmente em virtude  dessa infecção viral. Todos expostos, todos vulneráveis.

A infecção tem tido efeitos não apenas somáticos, mas também psicológicos. Nos consultórios psiquiátricos aumenta o número de pessoas adoecidas. São síndromes ansiosas, depressão, luto por entes queridos falecidos. Entre recaídas e casos novos, seguimos estarrecidos com o avanço do adoecimento psíquico nos últimos meses. Parece que após uma pandemia respiratória teremos uma pandemia psicopatológica.

O que fazer diante de tanta incerteza? Não existe uma receita pronta. Cada um deve, sim, fazer uma autoanálise e  identificar suas fragilidades. Conversar com  familiares e amigos sobre como anda seu comportamento no contexto da quarentena pode ser um bom termômetro para “se perceber”.
É preciso frisar, porém, que diante de uma situação de risco de vida, algumas coisas se tornam mais importantes. As pessoas se tornam mais importantes do que as coisas (porque de fato são) e a nossa cosmovisão, nossa forma de ver o mundo, pode precisar de mudanças. Pode ser que a maneira como temos enxergado o trabalho, a família, o lazer, a espiritualidade, a política e todas as esferas da vida necessite de uma transformação.

Existem mágoas do passado? Preciso perdoar alguém? Preciso pedir perdão? Posso demonstrar mais amor? Em que posso ser útil, me doar? Buscar dar novos sentidos à vida por meio da afetividade dada (e não apenas ficar recebendo dos outros) é uma forma de aquecer os dias tenebrosos. Acredite se quiser, se você começar a ofertar mais afeto, sua própria saúde mental irá agradecer.

Lembremos, ainda, que tudo vai passar: pandemia, COVID19, as contas para pagar, os conflitos familiares, os amores, as promoções no emprego, o pôr-do-sol. Todavia, enquanto  estamos  por aqui, temos que ascender, melhorar  como pessoas. A despeito da desgraça instalada, é uma grande oportunidade que se delineia à nossa frente.

Por fim, o sol nasce todos os dias e não há nada de novo debaixo dele1. As coisas, os entes do universo, permanecerão provavelmente os mesmos, porém dentro de nós podemos buscar essa mudança hoje. Amar, cuidar, perdoar, refazer, mudar o curso do nosso caminho para veredas retas, buscar a verdade, a luz, o que é reto,  a bondade, o belo, o bem. Eis um bom começo. É tempo de mudar.

REFERÊNCIAS
1 – Referência à Bíblia Sagrada (Livro de Eclesiastes).

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