Em casa! Tempos modernos, o Coronavírus e nossa saúde mental

Nossa realidade é de extrema pressão externa. Mesmo com o advento da tecnologia, sair de casa era, até hoje, uma realidade da maioria das pessoas. Seja em busca de ganhar o pão, ter momentos de lazer ou resolver “pendências” (banco, consultas médicas, supermercado, shopping, etc), a vida deixou de ser restrita à vizinhança há décadas. Porém, em um momento súbito, tal qual o redemoinho do Mágico de Oz, fomos tomados por uma enfermidade grave, mórbida e letal o suficiente para pôr o Ocidente em pânico. E nossa vida virou uma clausura... Uma necessária e higiênica clausura!

A pergunta que surge, todavia, é clara: como lidar com nossa saúde mental em casa? Como nós, tão acostumados ao dinamismo “urbanoide” podemos encarar essa realidade? Algumas dicas podem ajudar nesse enfrentamento e nessa releitura do ambiente doméstico. Gostaria de propor três preciosas sugestões que podem ser pérolas nesse momento:

1º - Encare o lar e a família como refúgios. Aproveite esse tempo e reveja sua casa como um espaço seu, da sua individualidade. Mas também daqueles que você ama. Que tal um jantar com todos na mesa, um prato especial? Ou sentar e olhar fotografias, lembrar do passado? Muitas coisas na vida tem um lado positivo e, sem dúvida, fortalecer o convívio com os seus amados pode ser algo ganho nessa pandemia.

2º - Na hora da brincadeira e da socialização, evite as telas. Leia livros, jogue baralho, utilize brincadeiras de tabuleiro, adivinhações. Se a meta é entreter, fuja do lugar comum dos nossos dias – a tecnologia. Ela pode ser sim uma grande auxiliadora nesse período de isolamento; todavia, seu uso excessivo pode ser prejudicial e aumentar os níveis de estresse e insônia nas pessoas.

3º - Mantenha hábitos. Durma e acorde no mesmo horário, se possível. Coma refeições leves: lembremos que o Coronavírus vai passar, mas a balança não! Evite estimulantes em excesso, tipo café, refrigerantes, chá preto. Vai precisar continuar trabalhando? Mantenha um horário para isso e não vire uma espécie de “cidadão total”¹ – você não precisa ser funcionário 100% do tempo só porque não está presencialmente na sua empresa. Você é gente e precisa ser gente. Se possível, quando terminar suas transações externas, desligue o celular e desfrute de um tempo desconectado. É libertador, acredite...

Espero ter ajudado um pouco. Essas SUGESTÕES (e não normas) são apenas algumas ideias de como se manter lúcido numa mudança tão brusca de cotidiano como a que estamos enfrentando. Desejo a todos muita saúde e que possamos superar esses dias difíceis. Abraços! 

REFERÊNCIAS:

1 – Vitullo G, Scavo D. O liberalismo e a definição bobbiana de democracia: elementos para uma análise crítica. Revista Brasileira de Ciência Política, nº13. Brasília, janeiro - abril de 2014, pp. 89-105.